quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pensamento e saúde

Mente sã, corpo são. Possivelmente, nunca antes fez tanto sentido o provérbio popular, derivado de antigo poema romano. Estudos e mais estudos têm sido produzidos, ligando a qualidade de nossos pensamentos à saúde do corpo físico. Nunca se falou tanto em somatização. As ciências tradicionais ocidentais finalmente encontraram na alma humana a fonte da saúde e da doença. Pensamento e saúde são termos da mesma equação da vida. Não existem doenças, mas sim doentes. O pensamento em desequilíbrio, a alma enferma e desestabilizada, produz no organismo o desajuste das células. Em contrapartida, a mente sã, povoada de pensamentos de alegria, cooperação e amor, gera naturalmente, no corpo físico, a harmonia celular, produzindo saúde em abundância. Vejamos alguns exemplos: a ansiedade estimula a secreção de adrenalina, que sobrecarrega o sistema nervoso e o descontrola; o pessimismo perturba o aparelho digestivo e produz distúrbios gerais; o medo e a revolta são agentes de úlceras gástricas e duodenais de curso largo; da mesma forma, a tranquilidade, o otimismo, a coragem são estimulantes que trabalham pela harmonia emocional e orgânica, produzindo salutares efeitos na vida. O homem se torna o que pensa, portanto, o que quer. Os pensamentos emitidos atraem ou sintonizam outros semelhantes, nas mesmas faixas de ondas mentais por onde transitam as aspirações e os estados psíquicos de toda a Humanidade. Adicionados a esses, temos as mentes dos desencarnados que se intercomunicam com os homens, vibrando nos climas que lhes são afins. Assim, levando tudo isso em conta, é importante que nos acostumemos a pensar de forma edificante. Assumamos uma postura vitoriosa. Atraiamos pensamentos salutares. O cérebro é antena que emite vibrações e as capta incessantemente. Irradiemos a ideia do bem, do progresso, da paz, e captaremos, por sintonia, equivalentes estímulos para o nosso bem. Quem pensa em derrota, já perdeu uma parte da luta por empreender. Quem cultiva o insucesso, dificilmente enfrentará os desafios para a vitória. A cada momento, adicionemos experiências novas às nossas conquistas. A todo instante, pensemos corretamente e somaremos força psíquica para o êxito de nossa encarnação. * * * Bem pensar é a elevada forma de viver. Alegria é saúde. Podemos diariamente exercitar a substituição de maus por bons pensamentos, mudando os hábitos mentais, modificando as preferências e escolhas de leituras, notícias, artes e informações com as quais temos contato constante. Só se pode atirar fora o lixo mental que acumulamos desequilibradamente nesses tempos, através de novos hábitos, da busca de novas fontes de sabedoria. Orai e vigiai. - A nobre expressão cristã aplica-se com perfeição neste caso. A oração eleva os pensamentos, fazendo-os entrar em contato com questões mais nobres e profundas da vida. A vigilância faz-nos cuidar daquilo que anda em nossa mente, das cores impressas em nossos muitos pensares diários. A qualidade de nossos pensamentos determina a saúde de nosso corpo físico. Redação do Momento Espírita. Em 27.10.2011

Pensamento e ação

Conta a literatura Zen-budista que um discípulo acompanhava seu mestre numa caminhada que os levaria a um rincão distante, onde passariam a noite. Conversavam tranqüilamente enquanto andavam a passos cadenciados, quando se detiveram diante de uma ponte que havia caído. Observaram por alguns minutos a situação e perceberam que, se quisessem prosseguir, teriam que atravessar pelo leito do rio. Testaram a profundidade e perceberam que seria possível atravessá-lo, embora tivessem que fazê-lo com a água pela cintura. Ao se prepararem para a travessia, uma voz desesperada de mulher fez com que ambos se detivessem. A mulher também precisava atravessar o rio, mas não se sentia em condições de enfrentar os perigos da correnteza. Discípulo e mestre se entreolharam e, após alguns momentos, o mestre tomou a mulher em seus braços e adentrou no rio a passos firmes. O discípulo, um tanto assustado, seguiu-os. Chegando à outra margem, a mulher agradeceu comovida o gesto do seu benfeitor, despediu-se e se foi. Novamente discípulo e mestre caminharam a sós, por quase toda a tarde, trocando apenas algumas palavras. Chegaram ao local onde passariam a noite. Quando se recolheram para dormir, o discípulo muniu-se de coragem e perguntou ao mestre: Senhor, desculpe minha intromissão, mas gostaria de uma explicação. O senhor carregou uma mulher nos braços e isso é contra nossos princípios. O que o senhor tem a dizer? O mestre contemplou o discípulo com olhar sereno e aproveitou para lhe ministrar um grande ensinamento: Meu filho, eu carreguei a mulher nos braços de uma margem à outra do rio e a deixei lá, e você a conservou no pensamento até agora. Quem de nós feriu os princípios? O discípulo abaixou a cabeça e, um tanto retraído, pediu permissão para se recolher. * * * Muitas vezes, sem mais detidas reflexões, costumamos agir como discípulo inexperiente. Percebemos uma situação que, aos nossos olhos, merece repúdio e não hesitamos em lançar o veneno da calúnia sobre os que pensamos agirem em desacordo com os nossos princípios. As Leis Divinas, que são de amor e justiça, julgam sempre pela intenção e não pelas aparências. Assim sendo, é importante que prestemos atenção às mais secretas intenções que movem os nossos atos. Nós até podemos mascarar, aos olhos dos homens, o móvel das nossas ações, mas as Leis Divinas jamais conseguiremos enganar, por estarem escritas em nossa consciência. * * * Jesus tratou desse tema, quando falou do adultério por pensamento. O Mestre de Nazaré deixou bem claro que o que é levado em conta pelas Leis de Deus é o nosso pensamento, ou seja, os sentimentos que agasalhamos no fundo da alma. Dessa forma, vale a pena ficarmos mais atentos aos nossos pensamentos e atos, do que nos dos outros, porque Jesus também assegurou que cada um de nós responderá por si, e não pelos outros. Redação do Momento Espírita, com base em história narrada em palestra pública pelo orador espírita Divaldo Pereira Franco. Em 11.07.2008