quinta-feira, 29 de abril de 2010

Propósito da reencarnação

O Espírito encarna e reencarna inúmeras vezes com a finalidade de progredir.

Gradualmente, ele sai da ignorância e cresce em conhecimentos e em moralidade.

Esse processo é vasto e demanda incontáveis existências.

Nesse longo caminhar, vagarosamente o Espírito inteira-se do teor das leis divinas, que se encontram inscritas em sua consciência.

As leis divinas constituem um roteiro de felicidade.

Quem consegue adaptar sua vontade e seu proceder aos estatutos divinos, apressa e ameniza sua evolução para Deus.

Todo ato contrário às leis soberanas gera desequilíbrio, a exigir reparação.

Conforme a extensão das conseqüências, o ato de reparar pode demandar inúmeras encarnações.

Muitas vezes um homem consegue ignorar e sufocar a própria consciência durante um tempo.

Não raro, grandes criminosos terminam seus dias terrenos na abastança.

No plano espiritual, tudo muda de figura.

Entre as encarnações, o Espírito contempla, no cenário da própria consciência, os atos que praticou.

Ele vislumbra todas as conseqüências que advieram de seu proceder. E se vê tal qual é, sem ilusões ou desculpas.

Alguns recalcitram no reconhecimento da própria realidade.

Entretanto, permanecem desequilibrados e sofredores, enquanto isso não se dá.

Não existe a figura do Espírito culpado, mas feliz.

Os pensamentos e os sentimentos do Espírito desencarnado são muito intensos e claros.

O corpo físico funciona como um quebra-luz, que diminui a agilidade mental e abafa as percepções e sensações.

Sem o corpo, tudo se torna muito vívido e vibrante.

Um Espírito delinqüente padece enormemente por conta do remorso.

Seus sofrimentos morais possuem uma pujança impossível de ser concebida por quem está encarnado.

Para atenuá-los, ele se decide pelas mais dramáticas e sofridas encarnações, sem titubear.

Tudo parece preferível a suportar tão angustiantes impressões.

Isso bem evidencia a sabedoria do preceito evangélico segundo o qual devemos nos acertar com os inimigos, enquanto estamos ao lado deles.

É prudente resolver imediatamente as pendências que temos com o próximo, sem acumular dívidas na consciência.

Por outro lado, como tudo é muito intenso no plano espiritual, isso também ocorre com a felicidade.

A alegria do dever bem-cumprido, de estar em perfeita paz, tudo se multiplica ao infinito.

O Espírito devedor percebe a diferença entre sua condição e a de quem cumpriu o próprio dever.

Para passar de um estado a outro, decide-se a enfrentar algumas dificuldades na terra.

Por isso, quando o Espírito programa sua existência futura, age com lucidez.

Posteriormente, esquecido do que o moveu, muitas vezes reclama das agruras da vida.

Mas as dificuldades são desafios destinados a fazer surgir o melhor que existe no ser.

Elas se destinam a promover a reparação do passado de enganos e gerar novos conhecimentos.

Seu corajoso e digno enfrentamento descortina um amanhã luminoso, pleno de paz.

Assim, não reclame de sua vida.

Seja digno e correto, em todas as circunstâncias.

Não se preocupe com os equívocos alheios.

Cada qual dará contas de seus atos à própria consciência.

Sua tarefa consiste em melhorar-se, sempre e cada vez mais.

Para isso você nasceu.


DP 29/11/2006.

Equipe de Redação do Momento Espírita

Oportunidade de agir

Foram poucos minutos, mas pareceram uma eternidade.

Minutos que definiram destinos. Minutos que determinaram a separação, a dor, a perda, o desespero.

Minutos que todo o avanço tecnológico da Humanidade não foi capaz de prever.

O primeiro pensamento que veio à mente do mundo, atônito diante do terremoto no Haiti, foi o de que o ocorrido era uma grande injustiça. De fato, as imagens até agora entristecem e emocionam. E nos fazem refletir.

Todos aqueles que realmente creem em Deus buscam uma resposta, uma explicação. Afinal, a crença em Deus fala em Sua soberana Justiça e Bondade.

A ideia da injustiça, portanto, só pode prevalecer entre os incrédulos, entre os materialistas.

Na grande jornada que os Espíritos empreendem a caminho de sua evolução muitas são as lutas, os sofrimentos, numerosos os resgates e grandes as alegrias à medida em que obstáculos são transpostos.

Dores são oportunidades de resgate para aqueles que por ele passam. Não raras vezes são o ponto final para equívocos cometidos em um passado distante e aparentemente esquecido.

Deus, em Sua sabedoria, oferta outra chance mais: a de despertar os corações daqueles que parecem apenas assistir ao fato.

Oportunidade para transformar a emoção, a tristeza, a reflexão em ações objetivas.

Observemos o que ocorreu após a tragédia no país caribenho. A imprensa rapidamente trouxe ao conhecimento de todos o ocorrido. O mundo teve acesso a imagens. A comoção foi imensa.

Com uma rapidez nunca antes observada, graças aos meios de comunicação, notadamente a Internet, milhares de pessoas de todos os países do mundo montaram verdadeiras redes de ajuda às vítimas.

Poucas horas após já havia pessoas determinadas a serem voluntárias. As entidades de auxílio receberam milhares de perguntas sobre como ajudar.

Governos de várias nações rapidamente uniram forças para enviar ajuda humanitária, ultrapassando antigas barreiras políticas para surpresa de muitos.

Em meio à dor da perda de seus membros, a Organização das Nações Unidas, aparentemente desagregada, sem sede física, sem seu líder local, recebeu apoio de nações que entenderam o sentido de estarem unidas.

Cidadãos de vários países, que não tiveram medo de largar seu conforto e sua segurança, começaram a se deslocar para o local e, sem descanso, somaram forças para resgatar pessoas, atender, ajudar.

Assim, ao lado da dor, vemos uma imensa corrente de solidariedade, da qual todos podemos participar.

Não importa a distância, a dificuldade, a limitação: grande parte do mundo tem, nesta situação, alguma maneira de ajudar, enviando, através de vários meios, suas doações.

E, para aqueles que realmente não podem de nada dispor materialmente, ainda há o recurso bendito da oração. Oração por aqueles que deixaram o mundo material, por aqueles que sofrem as consequências e por quem auxilia.

Dessa maneira Deus permite que nos unamos, nos mobilizemos, enfim, desenvolvamos nossa caridade.

É uma imensa chance de expressarmos nosso amor.

Pensemos nisto e procuremos fazer a nossa parte!

Redação do Momento Espírita.
Em 20.04.2010.

Nossas crianças

Por que uma criança nos emociona tanto? Por que seu sorriso, seus gestos meigos, nos conquistam rapidamente?

Quantas vezes não nos percebemos rendidos por uma graça infantil, pelo aceno ingênuo de uma criança anônima, a nos sensibilizar os sentidos?

A ingenuidade e graciosidade infantis muitas vezes nos levam à conclusão que nascemos como uma folha em branco, como um livro a ser escrito, como se isentos de maldades e livres das dificuldades morais da vida adulta.

Como Espíritos imortais que somos todos nós, a cada nova oportunidade que a vida nos oferece para renascermos, somos os mesmos Espíritos antigos, distantes da simplicidade e da ignorância, que retornamos para os desafios da vida.

Mas por que trazemos essa aura de ingenuidade e de pureza? Por que temos a impressão que a criança ao nascer nada traz em si de conhecimentos prévios?

O período da infância, a fase infantil é aquela onde a natureza oportuniza mais facilmente o aprendizado de coisas novas. E isso não se dá por acaso, desde que, para uma nova existência, todo um novo processo educacional se inicia.

Desta forma, o período infantil é o mais rico e o mais importante para a educação dos caracteres.

Será sempre na fase infantil que ocorrerão as melhores oportunidades para semearmos valores nobres, conceitos adequados.

Todo pai, todo educador deve estar atento para que não se desperdice esse período precioso de educação.

Educar está longe de ser o processo de satisfazer a vontade dos filhos, trocando o esforço de estabelecer limites pela comodidade de oferecer presentes, evitando incômodos.

Devemos aproveitar essa ingenuidade infantil para oferecermos as lições que serão roteiro de conduta para toda a existência.

Logo mais, nossas crianças crescerão e, ao adentrarem na adolescência, tomarão posse de outros valores, virtudes, defeitos, dificuldades e problemáticas que trazem impressos na alma.

Por isso é explicável que nossos adolescentes mudem tanto o comportamento nessa fase desafiadora da vida.

Assim, todo o esforço em educar nossas crianças deve ser levado a termo.

Devemos cuidar com desvelo e amor dos filhos que Deus nos emprestou, para que, em nome Dele, possamos ser o apoio e auxílio de todos aqueles que retornam aos desafios terrenos, sob nossa tutela.

* * *

Todo filho é empréstimo sagrado que deve ser valorizado e melhorado pelo cinzel do amor dos pais, para oportuna devolução ao genitor Celeste.

São bênçãos que chegam ao lar. Alguns, gemas brutas para lapidação. Compete-nos fazer a nossa parte e prosseguir tranquilos, na direção do futuro e de Deus, o excelso Pai de todos nós.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais
colhidos no verbete Filho, do livro Repositório de sabedoria,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, v. 1, ed. Leal.
Em 23.04.20

Erro coletivo

É comum ouvir alguém reclamar a respeito da presença de uma pessoa complicada em sua vida.

Pode ser algum parente, vizinho ou colega de trabalho.

Em geral, está presente o raciocínio de que a vida seria boa sem os problemas trazidos por aquela pessoa.

Por vezes, há até alguma indignação com quem tem dificuldades físicas ou psíquicas.

Quem é convocado ao auxílio e à compreensão não raro se sente indignado.

Entretanto, urge refletir que a Lei Divina é perfeita.

Ela estabelece a felicidade e o equilíbrio como naturais resultados da observação de seus preceitos.

Por outro lado, toda violação dos estatutos cósmicos enseja problemas.

Contudo, o erro raramente é individual.

O defraudamento dos deveres de honestidade, pureza e respeito ao semelhante costuma surgir de um contexto complexo.

Quando alguém comete desatinos, de ordinário tal se dá sob o influxo de vários envolvidos.

Esses podem ser os pais, que não cumpriram a contento seu dever de educação.

Deixaram-se levar por múltiplos afazeres e não deram ao filho a atenção e as orientações necessárias.

Ou então, foram amigos que incentivaram ao vício.

Quem sabe, irmãos ou outros parentes que deram maus exemplos.

Talvez, um namorado ou namorada que fez falsas promessas e gerou grande dor moral.

O certo é que poucas vezes alguém erra sozinho, sem a influência de terceiros.

Ocorre que é da lei que quem cai junto se reerga em conjunto.

Os partícipes do erro são naturalmente convocados a auxiliar no reajuste.

Conforme o grau de sua participação na derrocada moral, devem colaborar no soerguimento.

Assim, a presença de alguém complicado em sua vida não é uma injustiça e nem fruto do acaso.

Justamente por isso, não procure saídas fáceis ou desonrosas.

Libertar-se de uma situação constringente não é o mesmo que fugir dela.

A Lei Divina é perfeita e ninguém consegue ludibriá-la.

A atitude de fuga apenas denota rebeldia e complica a situação do devedor.

Para se libertar de semelhante conjuntura adversa, somente mediante o exercício da fraternidade.

Faça o seu melhor no auxílio aos que o rodeiam.

Ampare física e moralmente os que se apresentam frágeis e viciados, do corpo e da alma.

Saiba que a paz em sua vida será o resultado natural da consciência tranquila pelo dever bem cumprido.

E, principalmente, cuide para não induzir ninguém a trilhar caminhos indignos.

Preste atenção no que diz e faz, a fim de não ser partícipe de atos torpes.

Muitos testemunham seus atos e palavras e podem ser influenciados por eles.

Mesmo sem desejar, você pode assumir graves responsabilidades e complicar seu futuro.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 28.04.2010.