quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Amizade;um tesouro a ser conquistado

Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos da América, realizaram um estudo com dez mil executivos seniores para medir o poder da amizade na qualidade de vida dos americanos.
O resultado foi impressionante: ter amigos reduziu em nada menos que cinquenta por cento o risco de morte, sobretudo por doenças, num período de cinco anos.
Essas informações nos convidam a pensar a respeito das amizades que cultivamos.
Muitos de nós temos facilidades para fazer novos amigos. Mas, nem sempre temos habilidade suficiente para manter essas amizades.
É que, pelo grau de intimidade que os amigos vão adquirindo em nossas vidas, nos esquecemos de os respeitar.
Assim, num dia difícil, acreditamos que temos o direito de gritar com o amigo. Afinal, com alguém devemos desabafar a raiva que nos domina.
Porque estamos juntos muitas horas, justamente por sermos amigos, nos permitimos usar para com eles de olhares agressivos, de palavras rudes.
Ou então, usamos os nossos amigos para a lamentação constante. Todos os dias, em todos os momentos em que nos encontramos, seja para um lanche, um passeio, uma ida ao teatro ou ao cinema, lá estamos nós, usando os ouvidos dos nossos amigos como lixeira.
É isso mesmo. Despejando neles toda a lama da nossa amargura, das nossas queixas, das nossas reclamações. Quase sempre, produto da nossa forma pessimista de ver a vida.
Sim, nossos amigos devem saber das dificuldades que nos alcançam para nos poderem ajudar. O que não quer dizer que devamos estragar todos os momentos de encontro, de troca de afetos, com os nossos pedidos, a nossa tristeza.
Os amigos também têm suas dificuldades e para nos alegrar, procuram esquecê-las e vêm, com sua presença, colocar flores na nossa estrada árida.
Outras vezes, nos permitimos usar nossos amigos para brincadeiras tolas, até de mau gosto. Acreditando que eles, por serem nossos amigos, devam suportar tudo. E quase sempre nos tornamos inconvenientes e os machucamos.
Por isso, a melhor fórmula para fazer e manter amigos é usar a gentileza, a simpatia, a doçura no trato com as pessoas.
Lembremos que a amizade, como o amor, necessita ser alimentada como as plantas do nosso jardim. Por isso a amizade necessita, para se manter, da terra fofa da bondade, do sol do afeto, da chuva da generosidade, da brisa leve dos pequenos gestos de todos os dias.
* * *
Usa a cortesia nos teus movimentos e ações, gerando simpatia e amizade.
Podes começar no teu ambiente de trabalho. Os que trabalham contigo merecem a tua consideração e o teu respeito.
Torna-os teus amigos. Por isso, no trato com eles, usa as expressões: Por favor, Muito obrigado.
Lembra-te de dizer Bom dia, com um sorriso, desejando de verdade que eles todos tenham um bom dia.
Observa e ajuda quanto puderes, gerando clima de simpatia.
Sê amigo de todos e espalha o perfume da amizade por onde vás e onde estejas.

Redação do Momento Espírita, com base no texto Amizade: um tesouro a ser conquistado, do boletim SEI, nº 1676, de 13.05.2000 e com pensamentos do cap. CLXXIII, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 11.01.2012

Serviço desinteressado

Foi durante um período de férias. Carlos havia se dirigido a um acampamento isolado, com a família. Quando se deu conta, o carro estava enguiçado.
Tentou dar a partida e nada. Caminhou para fora do acampamento, muito nervoso. Pelo caminho ia descarregando a sua raiva com palavras grosseiras, que foram abafadas pelo cantar das águas do riacho próximo.
O problema era bateria descarregada e Carlos resolveu ir até a vila a pé. Eram alguns quilômetros de caminhada.
Duas horas depois, com um tornozelo torcido, ele chegou a um posto de gasolina.
Como era domingo de manhã, o lugar estava fechado. Mas havia um telefone público e uma lista telefônica quase se desmanchando.
Ele telefonou para a única companhia de autossocorro da cidade vizinha, que ficava a uns trinta quilômetros de distância.
Um tal de Zé atendeu e o acalmou. Ele deveria chegar ao posto de gasolina, mais ou menos em meia hora.
Enquanto esperava o socorro chegar, Carlos ficou a imaginar quanto aquilo tudo lhe deveria custar. Finalmente, um reluzente caminhão-guincho chegou e eles foram para a área do acampamento.
Quando o Zé saiu do caminhão, Carlos o observou e ficou espantado. Zé tinha aparelhos na perna e andava com ajuda de muletas.
Enquanto se movimentava, Carlos ainda pensou qual seria o preço de tamanha boa vontade.
Mas Zé era um sujeito animado. Enquanto foi providenciando a carga elétrica para a bateria, distraiu o filhinho de Carlos com uns truques de mágica.
Tudo pronto. Carro funcionando, Carlos perguntou quanto devia.
Nada, respondeu Zé.
Não é possível, falou Carlos. Hoje é domingo, tirei você de seu descanso, você rodou tantos quilômetros, resolveu meu problema. Preciso lhe pagar.
Não mesmo, disse o Zé. Há alguns anos, alguém me ajudou a sair de uma situação pior do que esta, quando perdi as minhas pernas.
E tudo o que o sujeito que me auxiliou disse, ao final foi: "Passe isso adiante. Você não me deve nada. Apenas se lembre de passar isso adiante, quando tiver uma oportunidade."
E então, hoje, tive a oportunidade de ajudá-lo. Foi ótimo. Vá para sua casa, com sua família e quando puder, ajude alguém, porque precisamos sempre uns dos outros.
* * *
Nunca deixe de ajudar a quem quer que seja.
Para isso você não precisa de dinheiro, posição social relevante ou poder.
Pode ajudar pela palavra gentil que gera estímulos preciosos.
Pode ajudar auxiliando seu vizinho com as crianças, enquanto a mãe delas se encontra em recuperação, no hospital.
Pode ajudar encaminhando alguém a uma instituição própria para socorro devido, se não puder socorrer você mesmo.
Pode, enfim, se tornar, onde se encontre, um microfone fiel a serviço do bem, auxiliando os caídos a se erguerem, os adormecidos a despertarem, os errados a se corrigirem e os agressivos a se acalmarem.
Assim agindo, descobrirá que a sua vida possui um grande significado e que a sua tarefa principal é servir e servir sempre.

Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria desconhecida e com pensamentos do cap. CLXXXVIII, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 12.01.2012.

O farol

Em meio ao mar, surge a construção de pedras, solene. É um farol, destinado a orientar o rumo dos viajores, nas noites escuras.
Quem quer que viaje em alto mar se sente seguro quando, em meio à escuridão, vê surgir o farol.
Ele está lá para servir, para advertir, para salvar.
A sua luz se projeta a distâncias enormes e, espancando a escuridão, permite que os que navegam possam perceber a proximidade dos recifes, os perigos imersos na noite.
O mar investe contra ele, noite e dia. Lança sobre ele as suas ondas, com furor. Vagas enormes lambem as pedras que se erguem, majestosas.
No fluxo e refluxo das ondas, o farol continua a iluminar, imperturbável.
Seu objetivo é servir. Noite após noite, ele estende a sua luz. Não se incomoda com os continuados e perigosos golpes que o mar lhe desfere.
Se, em algumas noites, ninguém se aproxima, desejando a sua orientação, também não se perturba.
Solitário, ele lança sua luminosidade, sem se preocupar com o isolamento.
Ele continua a postos para qualquer eventualidade, quando a necessidade surja, quando alguém precise dele.
* * *
No mar das experiências em que nos encontramos, aprendamos a trabalhar e cooperar, sem desânimo.
Permaneçamos sempre a postos, prontos a estender as mãos a quem necessite. Poderá ser um amigo, um irmão ou simplesmente alguém a quem nunca vimos.
Com certeza não solucionaremos todos os problemas do mundo. No entanto, podemos contribuir para que isso aconteça.
Se não podemos impedir a guerra, temos recursos para evitar as discussões perturbadoras que nos alcançam.
Se não conseguimos alimentar a multidão esfaimada, podemos oferecer o pão generoso para alguém.
Se não dispomos de saúde para doar aos enfermos, podemos socorrer alguém que sofre dores, oferecendo a medicação devida. Talvez possamos ser o intermediário entre o doente e o hospital, facilitando-lhe o internamento.
Se não podemos resolver a questão do analfabetismo, podemos criar condições propícias para que alguém tenha acesso à escola.
Mais do que isso. Podemos nos interessar pelos filhos dos que nos servem, buscando saber se não lhes faltam cadernos e livros, para a continuidade dos estudos básicos.
Enfim, o importante é continuarmos a fazer a nossa parte, contribuindo com a claridade que possamos projetar, por mínima que seja.
Imitemos o farol em pleno mar. Aprendamos a fazer luz.
* * *
A maior glória da alma que deseja ser feliz é transformar-se em luz na estrada de alguém.
O raio de luz penetra a furna, levando claridade. Estende-se sobre o vale sombrio e desata o verdor da paisagem.
Atinge a gota d'água e a transforma em um diamante finíssimo.
Viaja pelo ar e aquece as vidas.
Como a luz, podemos desfazer sombras nos corações e drenar pântanos nas almas. Podemos refazer esperanças e projetar alegrias.
Enfim, como raios de luz espalhemos brilho e calor, beleza, harmonia e segurança.

Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 19 e 20, do livro Rosângela, pelo Espírito homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no cap. CLVI, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 18.01.2012.

Pobreza

Dia desses alguém se encontrou com um indivíduo e, olhando-o, falou: Pobre homem rico.
Estranho! Afinal, é rico ou pobre? - Perguntou alguém que passava, no momento.
A resposta veio nos seguintes termos: O pobre homem rico é aquele que é dono de várias fazendas, de bônus, ações de várias companhias e uma grande conta corrente no banco mas é avarento.
É pobre porque sua mente é a essência da pobreza. Porque sempre tem medo de gastar alguns centavos. Suspeita de todo mundo. Preocupa-se com tudo o que tem e que lhe parece pouco.
A pobreza não é carência de coisas: é um estado de ânimo. Não são ricos os que têm tudo em abundância.
Só se é rico quando o dinheiro não nos preocupa. Se temos dois reais e nos lamentamos por não ter mais, somos mais ricos do que aquele que tem dois milhões e não pode dormir porque não tem quatro.
Pobreza não é carência: é a pressão da carência. A pobreza está na mente, não no bolso.
O pobre homem rico se angustia pela conta do supermercado que é muito alta. Também porque consome eletricidade, gás e gasolina. Sempre está procurando o modo de diminuir o salário dos empregados.
Dói quando sua mulher lhe pede dinheiro. Angustia-se pelo gasto de seus filhos.
Os pedidos de aumento de salário de seus empregados lhe ardem mais do que ácido que lhe fosse colocado sobre a pele.
Enfim, ele tem os sintomas da pobreza.
Em verdade, a finalidade do dinheiro é proporcionar comodidade, afastar temores, permitir uma vida de liberdade espiritual. Se não desfrutamos dessas vantagens, não importando quanto tenhamos, somos como o pobre homem rico.
Mas, se podemos experimentar essa sensação de liberdade, essa confiança no amanhã, essa ideia de abundância que se diz que o dinheiro proporciona, seremos ricos, mesmo sendo pobres.
Se desejamos ser ricos, sejamos. É mais fácil do que se fazer rico.
O dinheiro em si mesmo não significa nada. Seu verdadeiro valor está no que com ele possamos realizar em favor dos outros e de nós mesmos. Essa é a autêntica finalidade do dinheiro.
* * *
Se pensamos muito em dinheiro, ali estará o nosso tesouro.
Se os nossos pensamentos estão no amor, ali também estará o nosso tesouro.
Se valorizamos a tônica do dinheiro, nossos valores são materiais.
Se nossos pensamentos são nobres e altruístas, se pensamos e nos ocupamos em amar, o nosso tesouro não acabará com as crises econômicas, nem com as desvalorizações. Isso porque o espiritual não acaba nunca.
Enriqueçamo-nos com as coisas imperecíveis. Seremos então ricos, fortes e nossas riquezas estarão sempre conosco.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Onde está o teu tesouro, de Helen Hernández e no cap. Pobreza, de Frank Crane, do livro Um presente muito especial, de Roger Patrón Lujan, ed. Aquariana.
Em 18.01.2012.