quarta-feira, 7 de julho de 2010

Teresa de Calcutá,Chico do Brasil...

Com este título, lemos excelente artigo que nos remeteu a recordações do grande papel desempenhado, no mundo, por Madre Teresa de Calcutá e o médium mineiro Francisco Cândido Xavier.

Ambos nasceram no ano de 1910. Ela, Teresa, na Albânia. Ele, Chico, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.

Ela, católica. Ele, espírita. No entanto, portavam-se um e outro como verdadeiros integrantes da família universal.

Tinham muito mais em comum do que apenas o ano de nascimento.

Seu mestre era o mesmo, Jesus. Tinham o mesmo sobrenome, amor. Nasceram com o mesmo objetivo, servir. Ela foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz. Ele viveu pacificamente toda a vida.

Teresa de Calcutá viveu para os menos favorecidos. Queria ser pobre. Nunca conseguiu.

Seu coração transbordava riquezas: a nobreza da generosidade, as pérolas da fraternidade, os diamantes da solidariedade.

Ela dizia, em toda a sua simplicidade, que a felicidade humana é impossível de ser mensurada.

Como controlar em planilhas estatísticas a felicidade de um faminto que encontra o alimento?

Ela tinha razão. Impossível mensurar a felicidade humana. Por isso, trabalhava sem estatísticas, mas em prol da felicidade e dignidade de seus irmãos de caminhada.

Chico Xavier, do Brasil, o mineiro do século, também queria ser pobre, sem sucesso.

Doou os direitos autorais de seus mais de quatrocentos livros psicografados, que venderam e continuam a vender milhares de exemplares em todo o mundo.

Poderia ter tido polpuda conta bancária. Preferiu a simplicidade. Mas, nunca foi pobre. Sua vida foi repleta de amigos dos dois planos da vida.

Chico era e será, onde estiver, um milionário, um magnata das letras, um ícone da humildade, um pobre das moedas, mas rico de amor...

Narram que quem se aproximava de Madre Teresa de Calcutá não conseguia conter a emoção, devido à irradiação de sua serenidade e sua intensa energia espiritual.

Aqueles que conviveram com Chico afirmam que sua presença iluminava, acalmava, tranquilizava.

Chico e Teresa. Teresa e Chico. Parece que falamos de amigos: Olá, Teresa! Bom dia, Chico!

Mesmo os que não os conhecemos pessoalmente os sentimos como amigos.

Falar de suas conquistas, realizações e aventuras é como falar a respeito de amigos, porque entre amigos não há barreiras, inquietações, constrangimentos.

Teresa e Chico eram amigos do mundo, dos ricos, dos pobres, dos brasileiros, indianos, nigerianos, amigos de todos...

Teresa, de Calcutá e Chico, do Brasil deixaram marcas inesquecíveis e indeléveis. Ambos praticavam o amor.

O convite que nos deixaram é de, dentro de nossas possibilidades, vivermos como eles, servindo e amando para a construção de um mundo mais justo e fraterno.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita com base no artigo Teresa de
Calcutá, Chico do Brasil, de autoria de Wellington Balbo,
de Bauru/SP, publicado na Revista Espírita bimestral
da Comunhão Espírita Cristã de Lisboa,
Portugal, de maio/junho/2009.
Em 03.08.2009.

Oração de Francisco de Assis

Você já ouviu falar na Oração de Francisco de Assis?

Sim, é aquela prece belíssima, que fala de paz, de amor, perdão, esperança, alegria e fé.

Na rogativa, São Francisco demonstra sua grandeza d’alma e sua verdadeira humildade.

Nós, que tanto temos buscado auxílio para vencer as dificuldades que nos rodeiam, talvez pudéssemos encontrar, em suas palavras, um roteiro de auto-ajuda.

Desejando tornar-se útil a si mesmo e aos semelhantes, diz ele:/

“Senhor, faze de mim um instrumento da Tua paz”.

Quanto a nós, seria interessante que indagássemos com frequência: “Sou um instrumento da paz?”

Onde estou, as pessoas se sentem mais tranqüilas, mais animadas, mais felizes?

Ou será que a paz se despede no exato momento em que vou chegando?

Ele continua:”Onde houver ódio, que eu semeie o amor”.

Mahatma Gandhi dizia que alguém que atingiu a plenitude do amor, é capaz de neutralizar o ódio de milhões.

Ele próprio foi o exemplo vivo dessa realidade, pois em nome do amor e da não-violência conseguiu que a Índia se libertasse do jugo inglês, sem derramamento de sangue.

Além de não fazer guerra, Ghandhi, com sua filosofia pacifista, fez com que fossem superados os ressentimentos seculares dos indianos por seus dominadores.

E nós? Temos semeado o amor, onde haja o ódio?



Certa feita, um funcionário de uma grande empresa estava furioso com o gerente que vivia a transferi-lo de setor. Certamente agia assim para pressioná-lo a se demitir.

Cogitava disso quando um colega, semeador da paz, o desarmou falando-lhe com firmeza:

“Você está enganado quanto ao nosso chefe, meu amigo. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para os setores onde há problemas, consciente de que você sabe resolvê-los.”

Com sua intervenção benéfica, o companheiro passou a ver as iniciativas do gerente com simpatia, dedicando-se ao trabalho com mais vontade e alegria.

O Santo de Assis roga com o coração aberto: “Onde houver injúria que eu semeie o perdão”.

E se alguém nos fala em vingança, com o coração cheio de mágoa, qual é a nossa orientação?

Dizemos que a mágoa é como um espinho cravado no peito, que machuca, dói, incomoda... Orientamos que perdoe para libertar-se? Ou cravamos em seu peito alguns espinhos a mais?

“Onde houver dúvida que eu semeie a fé.”

“Esperança, onde houver desespero.”

“Luz, onde haja escuridão.”

“Alegria, onde haja tristeza.”

Ele termina com as afirmações: “É dando que se recebe; perdoando que somos perdoados; e é morrendo que nascemos para a vida eterna.”

Na proposta final, Francisco de Assis refere-se à superação do eu egoístico que nos domina; à eliminação dos interesses pessoais para o nascimento do legítimo cristão, liberto de impurezas e imperfeições.



* * *



Pense nisso!



Quando o Santo de Assis diz que é morrendo que nascemos para a vida eterna podemos entender que, após superadas as reencarnações expiatórias, teremos a existência em plenitude nos planos mais altos do Infinito, onde habitam os puros espíritos e onde não há acesso para a morte.

Pensemos nisso!





Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no artigo Auto-ajuda, de Richard Simonetti, publicado na Revista Reformador, junho.1997, ed. FEB.

Fugas

Uma característica muito comum, notada nos seres humanos, é a tentativa de fuga.

Muitos de nós, quando nos sentimos pressionados por circunstâncias adversas, temos a tendência natural de fugir.

Às vezes, quando se apresenta uma situação para a qual não vemos saída, gostaríamos que o chão se abrisse sob nossos pés e nos tragasse em definitivo. Mas, como isso não ocorre, tentamos fugir de várias outras formas.

Para alguns a saída é afogar as mágoas num copo de bebida. Afinal, pensamos, o álcool perturba o psiquismo e tira da mente, temporariamente, a preocupação que nos faz sofrer.

Outros fumam um cigarro após outro, numa tentativa frenética de libertar-se das idéias perturbadoras, como querendo cobri-las com a fumaça abundante.

Outros, ainda, buscam as drogas mais pesadas, capazes de anestesiar a mente e desviar o curso dos pensamentos por alguns instantes.

Alguns vão às compras tentando distrair-se. Compram, e compram mais, como se ocupando a mente com outras coisas pudessem livrar-se dos problemas.

Outros viajam, vão para bem longe, buscando na distância física a tentativa de esquecimento de seus problemas.

Muitos, infelizmente, buscam a porta falsa do suicídio, como medida mais drástica, com intuito de apagarem a mente de vez por todas, para que nunca mais possam cogitar das amarguras.

Se buscarmos raciocinar logicamente sobre o assunto, considerando a imortalidade da alma, chegaremos à conclusão de que a fuga dos problemas, é, no mínimo, infantilidade da nossa parte.

Jamais tivemos notícia de alguém que, tendo se utilizado de um desses artifícios, tenha logrado êxito, conseguindo que os problemas se diluíssem.

Nem o álcool, nem o cigarro, nem as viagens, nem as compras, e tampouco o suicídio conseguem nos livrar das circunstâncias desagradáveis que necessitamos enfrentar de cara limpa e consciência lúcida.

O que pode acontecer em tais casos, é o agravamento da situação, com o nosso comportamento inconseqüente.

A melhor e mais acertada atitude, é buscar asserenar a mente para bem raciocinar e melhor agir na busca de soluções efetivas.

Quando nos comportamos como crianças rebeldes só teremos, logo mais, os problemas aguardando a solução, e mais o agravamento provocado pela nossa rebeldia.

Dessa forma, sejamos cristãos também nas horas do testemunho. Busquemos imitar o Mestre que dizemos seguir, pois Ele, mesmo sofrendo açoites e injúrias, manteve o olhar sereno e a mansuetude nos gestos, demonstrando sabedoria e lucidez diante das situações mais graves.

Nos momentos de tormentos, diante de problemas sérios, quando nos venha o impulso para a fuga, detenhamo-nos por alguns instantes.

Elevemos o pensamento, buscando Jesus nas paragens celestiais e aconcheguemo-nos no Seu abraço afetuoso, junto ao Seu coração magnânimo.

Se a nossa confiança é ainda vacilante, peçamos ajuda ao Irmão Maior, que disse para que tomássemos o Seu fardo que é leve e que experimentássemos o Seu jugo que é suave.

Agindo assim, ainda que não logremos a solução imediata dos nossos problemas, teremos uma certeza: não os estaremos agravando ainda mais.

* * *

Espera pelo amanhã, quando o teu dia se te apresente sombrio e apavorante.

Aguarda um pouco mais, quando tudo te empurrar ao desespero.

Confia. Pois a Divindade possui soluções que desconheces para todos os enigmas da vida.

Ama a vida e vive com amor, apesar de às vezes te sentires incompreendido, desiludido e martirizado...

Ouve a voz suave do Meigo Nazareno a dizer: Nunca estarás a sós.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 31.12.2008.

O Pai

O livro dos Espíritos, publicado em 1857, em sua primeira pergunta, traz à baila a questão acerca de que é Deus?

Verdade que, até então, as doutrinas sempre haviam indagado acerca de quem era Deus, entendendo-O como uma personalidade, um personagem.

A resposta é sucinta e inquestionável: Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

Através dos tempos, muitas têm sido as definições sobre Deus.

O Apóstolo João, evangelista, teve oportunidade de afirmar que Deus é amor.

Contudo, ninguém melhor do que Jesus O traduziu para nós. Ele nô-Lo apresenta como nosso Pai. Assim, Deus não é o injusto e parcial que escolheu somente um povo para proteger contra todos os demais. É o Deus do Universo.

Acima dos preconceitos da Sua época, Jesus demonstra a universal paternidade de Deus. Reserva para Ele um nome doce: Pai.

E O chama meu Pai e vosso Pai.

Ao pregar Sua moral, frisa: Sede perfeitos como perfeito é vosso Pai, que está nos céus.

Descreve-O como o Deus misericordioso que faz crescer a erva do campo, vestindo-a com maior pompa do que as vestimentas do grande rei Salomão.

O Pai que ama a Seus filhos e que por eles vela. Que providencia alimento para as aves do céu, que não semeiam, nem aram.

Ao lecionar-nos a forma de orar, afirmou: Quando orardes, entrai em vosso quarto, e, fechada a porta, em segredo, orai a vosso Pai, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos dará a recompensa.

E Ele mesmo iniciou a oração com os vocábulos: Pai nosso...

Referindo-Se à revelação mediúnica do apóstolo Pedro acerca da Sua identidade como o Cristo, Filho do Deus vivo, diz: Bem-aventurado és, Simão, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.

Para nos dar a ideia da grandeza do Pai, preconizou: Ninguém conhece o Pai, senão o filho, Ele mesmo, Jesus.

Quando falou das bênçãos do trabalho, mostrou-nos Deus como o trabalhador incansável que labora sempre a favor dos Seus filhos: Meu Pai trabalha até hoje, e eu trabalho também.

Dando testemunho de que era Enviado da Divindade, diz: Não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. As obras que eu faço dão testemunho de mim, de que o Pai me enviou.

Ao despedir-Se na ceia pascal, afirma aos discípulos: Eis que vou para meu Pai. E dirigindo-Se aos céus, ora: Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.

Enfim, Jesus, com Sua revelação de Deus aos homens, funda a consolação suprema, demonstra o apoio que cada um tem no Pai nos céus. Finalmente, que ninguém está só, pois o Pai está sempre com cada um dos Seus filhos.

* * *

Em muitos momentos de Sua vida, Jesus falou que viera para fazer a vontade de Seu Pai, não a Sua.

Encontramos nos apontamentos de João: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e cumprir a sua obra.

No Jardim das Oliveiras, pouco antes de ser preso, antevendo Seus padecimentos, dá-nos a lição de como nos devemos portar perante as nossas dores.

Ele assim se expressa: Não se faça a minha vontade, mas a Tua.

Redação do Momento Espírita, com citações do cap. IV,
versículo 34 e cap. XV do Evangelho de João e do
capítulo XXII, versículo 42 do Evangelho de Lucas.
Em 15.09.2009.

Um pai exemplar

Divaldo Pereira Franco fundou e mantém uma instituição espírita intitulada Mansão do Caminho, na cidade de Salvador, Bahia.
Ele já criou e educou centenas de filhos adotivos, crianças abandonadas nas ruas por seus pais biológicos ou que eram vítimas da orfandade.
Muitos casos lindos sua história já registrou. E dentre tantas há a de um garotinho singular.
Desde a mais tenra idade, ele mostrou uma característica bem marcante: o instinto assassino.
Ele queria matar alguém. Sempre que o contrariavam, ele fazia, com as próprias mãos, facas dos mais variados tipos e com os mais diferentes materiais.
Vez que outra uma das “tias” responsável pelas crianças entrava desesperada no escritório de Divaldo com o menino em seu encalço.
Vim lhe pedir socorro, pois o garoto já fez outra arma e quer matar alguém.
Divaldo deixava o serviço por um instante e chamava carinhosamente o menino. Colocava-o em seu colo e lhe perguntava: filho, o que aconteceu desta vez?
E o menino falava com respiração alterada e lágrimas escorrendo pelas faces: é que estou com muita raiva, e quero matar aquele moleque.
Divaldo, usando de muita psicologia, dizia calmamente ao filho: então, vamos fazer um trato. Eu vou ajudar você, mas por enquanto deixe a arma comigo e depois que eu terminar o serviço, nós iremos.
O garoto aceitava a proposta, embora sempre contrariado. E muitas foram as vezes que ele entrou esbaforido no escritório pedindo uma de suas armas, urgente, para matar alguém.
Essas cenas se repetiram muitas e muitas vezes durante a infância e adolescência daquele filho rebelde. Divaldo colecionou dezenas de facas, punhais e outras armas.
Um dia, Divaldo perguntou a ele porque desejava tanto matar alguém, e ele respondeu: é porque tenho muita vontade de sentir o sangue quente escorrendo pela minha mão.
Quando o rapaz completou 18 anos, pediu ao pai para deixar a instituição e partir em busca de outros caminhos.
Divaldo o chamou em particular e lhe fez uma pergunta: meu filho, você ainda sente vontade de matar alguém?
O jovem abaixou a cabeça e respondeu, muito constrangido: sim, eu ainda sinto.
Divaldo colocou delicadamente a mão sob seu queixo, levantando-lhe o rosto e, olhando-o nos olhos, disse-lhe com voz de tristeza:
Filho, eu quero que você me prometa uma coisa:
Se um dia você decidir matar alguém, peço-lhe que volte aqui e mate-me primeiro, porque fui eu que falhei na sua educação.
Aquelas palavras caíram como uma bomba no coração do jovem. Dias depois eles se despediram, num longo e afetuoso abraço.
Os anos se passaram e um dia o orador estava numa cidade no interior de São Paulo para receber o título de cidadão honorário, quando alguém o aborda e lhe diz que na sala anexa ao salão onde se realizaria a cerimônia, havia um artista plástico, famoso na localidade, que queira lhe oferecer um quadro.
Divaldo se dirigiu para o local e percebeu um homem jovem, de costas, que guardava um quadro coberto com um pano branco.
Aproximou-se e disse: olá!
O moço se voltou e Divaldo quase desmaiou de emoção. Era seu filho adotivo. O menino das mil e uma facas.
Um abraço saudoso e demorado, e depois a surpresa. O artista descobre o quadro e lá estava estampado o seu pai do coração.
Aquele pai que, com amor e dedicação, conseguira transformar um instinto assassino numa poderosa força a serviço da arte, do bom e do belo.
Não é à toa que Divaldo pereira franco é reconhecido conferencista espírita em mais de 50 países nos vários continentes, com mais de 200 livros publicados e muitos títulos traduzidos para várias línguas.
E a Mansão do Caminho, em Salvador, atende hoje mais de duas mil crianças e suas famílias socialmente carentes, com escola, saúde, alimentação, orientação moral, e em pleno funcionamento o lar para órfãos.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em fatos reais narrados pelo próprio Divaldo em uma de suas conferências.

Uma ocasião especial

Era com muita dor que aquele homem retirava do armário um frasco de perfume francês, com o qual presenteara sua esposa, quando da sua última viagem ao Exterior.

Isto, disse ele, é uma das coisas que ela estava guardando para uma ocasião especial.

Bem, acho que agora é a ocasião, falou, demonstrando profunda amargura.

Segurou o frasco com carinho e o colocou na cama, junto com os demais objetos que havia separado para levar à funerária.

Olhou consternado para os pertences guardados, fechou a porta do armário, virou-se para os demais familiares que estavam com ele e disse-lhes com voz embargada:

Nunca guardem nada para uma ocasião especial, já que podemos criar a cada dia uma ocasião muito especial.

* * *

Independente do valor e do significado dos objetos, muitos de nós temos os nossos guardados para ocasiões especiais.

São as peças presenteadas por ocasião do casamento, roupas adquiridas para esse fim, salões reservados para essas circunstâncias.

Alguns de nós chegamos a ficar neuróticos só de pensar em deixar os filhos brincar na sala de visitas, pois temos que preservá-la intacta para uma ocasião especial, para receber visitas especiais, como se eles não o fossem.

São todas essas coisas que perdem totalmente o valor quando a ocasião especial é a do funeral de um ente querido.

Um filho que se vai, sem que o tenhamos deixado tomar café naquela xícara rara que herdamos da nossa tataravó.

O esposo que se despede sem poder contemplar a esposa vestindo a lingerie nova que lhe deu de presente, no último aniversário de casamento.

No campo dos sentimentos também costumamos fazer as nossas economias para ocasiões especiais.

É aquela frase mágica que estamos guardando para dizer num dia muito especial...

Uma declaração de amor que estamos preparando para dizer quando as circunstâncias forem propícias...

Um gesto de carinho que evitamos hoje, por julgar que a pessoa ainda não está preparada para receber.

Um pedido de perdão que estamos adiando para um dia que nunca chega...

A carta a um amigo que não vemos há tempos, pedindo notícias.

A conversa amistosa com alguém que nos considera um inimigo, a fim de esclarecer dúvidas e resolver pendências, enquanto estamos a caminho, como aconselhou Jesus.

Enfim, pensemos que cada dia é um dia especial.

Cada hora é uma hora muito especial...

Cada segundo, é um tempo especial para se criar uma ocasião perfeita e fazer tudo o que deve ser feito.

Não vale a pena economizar as coisas boas. É preciso viver intensamente cada fração de tempo que Deus nos permite estar em contato com as pessoas que nos rodeiam.

* * *

As palavras de carinho que deixamos de dizer...

As promessas que deixamos de cumprir...

As flores que deixamos de enviar...

A mensagem de esperança que não espalhamos...

De tudo isso poderemos nos arrepender amargamente quando, numa ocasião especial, estivermos partindo deste mundo.

Redação do Momento Espírita, com
base em texto de autoria ignorada.
Em 07.06.2010.

Agindo com bom senso

Como você costuma buscar a solução para os problemas que surgem na sua vida?

Talvez esta pergunta pareça tola, mas o assunto é de extrema importância quando desejamos corrigir o passo e evitar novos tropeços.

O que geralmente acontece, quando desejamos resolver algum problema, é fazer exatamente o caminho mais difícil.

No entanto, como o sucesso da ação depende do meio utilizado ou da estratégia criada para a solução, vale a pena pensar um pouco sobre nossa forma de agir.

Por vezes, nos movimentamos freneticamente para um lado e para o outro, e esquecemos de que movimentos desordenados não nos levarão a lugar nenhum.

Movimentar-se nem sempre significa agir com discernimento.

Comumente confundimos a urgência com a pressa, e atropelamos as coisas.

A situação pode exigir atitudes urgentes, o que não significa apressadas.

Quando agimos apressadamente, sem fazer uso da razão, é mais fácil o equívoco. Quando agimos sob o domínio da emoção, o resultado é quase sempre desastroso.

A emoção não é boa conselheira, quando se trata de resolver questões urgentes.

Um exemplo pode tornar mais fácil a nossa compreensão.

Se uma cobra venenosa nos morde e inocula seu veneno em nosso corpo, o que fazer?

Uns saem correndo atrás da víbora para matá-la, e acabar de vez com o problema, numa atitude insana de vingança.

Seria essa a decisão acertada?

A movimentação só faria o veneno se espalhar rapidamente pela corrente sanguínea, piorando as coisas.

No entanto, a ação mais eficaz seria buscar ajuda o mais breve possível, para evitar danos maiores.

Mas nem sempre a ira nos permite agir sensatamente.

Se uma pessoa nos ofende ou nos contraria frontalmente, geralmente revidamos ou mantemos o efeito do veneno durante dias, meses ou anos...

Ressentimento quer dizer sentir e voltar a sentir muitas vezes.

Quando isso acontece, a mágoa vai se tornando cada vez mais viva e mais intensa.

A ação mais acertada, neste caso, não seria tratar de eliminar o veneno de nossa intimidade?

Para tomar decisões lúcidas, é preciso fazer uso da razão, e não se deixar levar pela emoção.

Quando a emoção governa nossas ações, geralmente o arrependimento surge logo em seguida.

Assim sendo, é importante pensar bem antes de agir para evitar que, em vez de solucionar os problemas, os compliquemos ainda mais.

Se, num momento crítico, a emoção nos tomar de assalto, é melhor sair de cena por alguns instantes, ou deixar que os ânimos se acalmem, antes de qualquer atitude.

Quando agimos com calma, fazendo uso da razão, é mais fácil encontrar soluções definitivas, em vez de piorar as coisas.

* * *

Lembre-se de que, em vez de correr atrás da cobra que nos mordeu, é mais racional buscar a solução do problema.

Quando você estiver às voltas com um problema qualquer, lembre-se de que a solução ou a complicação dependerá da sua ação.

Por isso, busque tomar a decisão mais favorável à resolução.

Lembre-se, ainda, de que a pressa nem sempre é boa conselheira e procure agir com sabedoria, que é sinal de bom senso.

Redação do Momento Espírita
Em 19.01.2009.

Acreditar e agir

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.

Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.

O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras.

Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro, agir.

Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.

O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força.

O barco, então, começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava.

Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor.

Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.

Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.

Então, o barqueiro disse ao viajante:

Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.

Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos, ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: agir e acreditar.

Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos. É preciso também agir, para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.

Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.

* * *

Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não-violência.

Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou que era possível, mas também agiu com segurança.

Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou e agiu, superando a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.

Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na selva da África francesa para atender aos nativos, no mais completo anonimato.

Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.

* * *

E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?

Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.

Lembre que só você poderá acioná-lo utilizando-se dos dois remos: agir e acreditar.

* * *

Caso você ainda não tenha uma meta traçada ou deseje refazer a sua, considere alguns pontos:

verifique se os caminhos que irá percorrer não estarão invadindo a propriedade de terceiros;

se as águas que deseja navegar estão protegidas dos calhaus da inveja, do orgulho, do ódio;

e, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão corroídos pelo ácido do egoísmo.

Depois de tomar todas estas precauções, siga em frente e boa viagem.

Redação do Momento Espírita, com base em texto veiculado pela Internet, atribuído a Aurélio Nicoladeli.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.
Em 09.03.2009

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Gentilezas diárias

A vida é repleta de pequenas gentilezas, tão sutis quanto marcantes no nosso cotidiano.

O jardim florido oferece um colorido para a paisagem, o sol empresta suas cores para o céu antes de se pôr, a borboleta ensina suavidade e leveza para quem acompanha seu voo.

A gentileza tem essa característica: sutil mas marcante, silenciosa e ao mesmo tempo eloquente, discreta e contundente.

O portador da gentileza o faz pelo prazer de colorir a vida do próximo com suavidade, para perfumar o caminho alheio com brisa suave que refresca a alma.

A gentileza tem o poder de roubar sorrisos, quebrar cenhos carregados ou aliviar o peso de ombros cansados pelas fainas diárias.

E ela se faz silenciosa, algumas vezes tímida, inesperada na maioria das vezes, surpreendendo quem a recebe.

A gentileza não se pede, muito menos se exige... É presente de almas nobres, presenteando outras almas, pelo simples prazer de fazer o dia do outro um pouco mais leve.

Você já experimentou o prazer de ser gentil? Experimente oferecer o seu bom dia a quem encontrar no ponto de ônibus, no elevador ou no caixa do supermercado.

Mas não o faça com as palavras saindo da boca quase que por obrigação. Deseje de sua alma, com olhos iluminados e o sorriso de quem deseja realmente um dia bom, para quem compartilha alguns minutos de sua vida.

A gentileza é capaz de retribuir com nobreza quando alguém fura a fila no supermercado ou no banco, com a sabedoria de que alguns breves minutos não farão diferença na sua vida.

Esquecemos que alguns segundos no trânsito, oferecendo a passagem para outro carro, ou permitindo ao pedestre terminar de atravessar a rua não nos fará diferença, mas facilitará muito a vida do outro.

E algumas vezes, dentro do lar, a convivência nos faz esquecer que ser gentil tempera as relações e adoça o caminhar.

E nada disso somos obrigados a fazer, mas quando fazemos, toda a diferença se faz sentir...

A gentileza se faz presente quando conseguimos esquecer de nós mesmos por um instante para lembrar do próximo. Quando abrimos mão de nós em favor do outro, por um pequeno momento, a gentileza encontra oportunidade de agir.

Ninguém focado em si mesmo, mergulhado no seu egoísmo, encontra oportunidade de ser gentil. Porque, para ser gentil, é fundamental olhar para o próximo, se colocar no lugar do próximo, e se sensibilizar com a possibilidade de amenizar a vida do nosso próximo.

Se não é seu hábito, exercite a capacidade de olhar para o próximo com o olhar da gentileza. Ofereça à vida esses pequenos presentes, espalhando aqui e acolá a suavidade de ser gentil.

E quando você menos esperar, irá descobrir que semear flores ao caminhar, irá fazer você, mais cedo ou mais tarde, caminhar por estradas floridas e perfumadas pela gentileza que a própria vida irá lhe oferecer.



Redação do Momento Espírita.

Em 01.09.2009.